Mosteiro da Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia foi fundado para albergar os Frades Agostinhos do Mosteiro de Grijó, que, alegaram, se localizava em lugar ermo, doentio e isolado. Necessitando este de obras de vulto, decidiram o Rei D. João III, o Reformador de Santa Cruz de Coimbra e o Prior-Mor D. Bento de Abrantes, fundar uma nova Casa mais perto da Cidade do Porto. Assentaram edificar o novo Mosteiro no montado da Quinta de Quebrantões, na Serra de S. Nicolau de Vila Nova, que compraram aos seus fidalgos proprietários. A primeira pedra foi lançada em 1538, pelos mestres Diogo de Castilho e João de Ruão, e benzida por D. Frei Baltasar Limpo, Bispo do Porto. No ano seguinte, um Breve de Paulo III unia este Mosteiro à Congregação de Santo Agostinho e o Geral de Santa Cruz de Coimbra, na companhia de alguns cónegos, tomaram posse do Mosteiro em Agosto de 1539. Novo Breve de Paulo III autorizou a mudança dos Cónegos de Grijó para o Novo Mosteiro da Serra, o que aconteceu em 1542. Com o Capítulo Geral da Ordem de 1564 decidiu-se dividir as rendas entre Grijó e a Serra, desligando-se este da supremacia daquele. No período da Guerra Civil de 1832-1834, aqui se instalou o exército Liberal, defendendo as suas tropas sitiadas na Cidade do Porto. A violência da Guerra, o saque e a Lei da Desamortização dos Bens das Ordens Religiosas e a sua extinção, deixaram o Mosteiro num estado de ruína e abandono total, passando aos Bens Nacionais. Só a criação da Real Irmandade de Nossa Senhora do Pilar (1834) e o Grupo de Amigos do Mosteiro da Serra do Pilar (1925), salvaram da ruína total este edifício. Posteriormente interveio a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais que restauraram de forma quase definitiva a Igreja e a sacristia, continuando a sua manutenção ainda nos nossos dias. Aqui se instalou um Regimento de Artilharia que, ainda hoje, ocupa o edifício do refeitório e da Sala Capitular, o claustro, as celas dos Frades e a Portaria. A Igreja, de planta redonda, foi entregue à administração da Igreja Católica, promovendo a sua abertura ao culto religioso. |
A Igreja (classificada Monumento Nacional) do século XVI, curiosa pela sua planta circular, é coberta por uma abóbada hemisférica, rodeada por varandim e rematada por um lanternim. No interior salientam-se os trabalhos em talha e imagens setecentistas. Conserva um belo claustro (também Monumento Nacional), circular, com 36 capiteis jónicos, exemplar único em Portugal. Do terraço fronteiriço poderá desfrutar de excelentes vistas sobre a zona mais antiga da cidade. Mantendo a sua posição sobranceira ao Douro e à Cidade do Porto, a majestade da sua arquitectura e a beleza de todos os seus elementos iconográficos, o papel que desempenhou ao longo da história local e nacional, fizeram dele a pérola do Concelho, o Ex-libris de Vila Nova de Gaia, e Património da Humanidade. |
domingo, 15 de julho de 2012
Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia
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