domingo, 15 de julho de 2012

Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia

Mosteiro da Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia  foi fundado para albergar os Frades Agostinhos do Mosteiro de Grijó, que, alegaram, se localizava em lugar ermo, doentio e isolado. Necessitando este de obras de vulto, decidiram o Rei D. João III, o Reformador de Santa Cruz de Coimbra e o Prior-Mor D. Bento de Abrantes, fundar uma nova Casa mais perto da Cidade do Porto. Assentaram edificar o novo Mosteiro no montado da Quinta de Quebrantões, na Serra de S. Nicolau de Vila Nova, que compraram aos seus fidalgos proprietários.

A primeira pedra foi lançada em 1538, pelos mestres Diogo de Castilho e João de Ruão, e benzida por D. Frei Baltasar Limpo, Bispo do Porto. No ano seguinte, um Breve de Paulo III unia este Mosteiro à Congregação de Santo Agostinho e o Geral de Santa Cruz de Coimbra, na companhia de alguns cónegos, tomaram posse do Mosteiro em Agosto de 1539.

Novo Breve de Paulo III autorizou a mudança dos Cónegos de Grijó para o Novo Mosteiro da Serra, o que aconteceu em 1542. Com o Capítulo Geral da Ordem de 1564 decidiu-se dividir as rendas entre Grijó e a Serra, desligando-se este da supremacia daquele.

No período da Guerra Civil de 1832-1834, aqui se instalou o exército Liberal, defendendo as suas tropas sitiadas na Cidade do Porto. A violência da Guerra, o saque e a Lei da Desamortização dos Bens das Ordens Religiosas e a sua extinção, deixaram o Mosteiro num estado de ruína e abandono total, passando aos Bens Nacionais. Só a criação da Real Irmandade de Nossa Senhora do Pilar (1834) e o Grupo de Amigos do Mosteiro da Serra do Pilar (1925), salvaram da ruína total este edifício.

Posteriormente interveio a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais que restauraram de forma quase definitiva a Igreja e a sacristia, continuando a sua manutenção ainda nos nossos dias. Aqui se instalou um Regimento de Artilharia que, ainda hoje, ocupa o edifício do refeitório e da Sala Capitular, o claustro, as celas dos Frades e a Portaria. A Igreja, de planta redonda, foi entregue à administração da Igreja Católica, promovendo a sua abertura ao culto religioso.

A Igreja (classificada Monumento Nacional) do século XVI, curiosa pela sua planta circular, é coberta por uma abóbada hemisférica, rodeada por varandim e rematada por um lanternim.
No interior salientam-se os trabalhos em talha e imagens setecentistas. Conserva um belo claustro (também Monumento Nacional), circular, com 36 capiteis jónicos, exemplar único em Portugal.
Do terraço fronteiriço poderá desfrutar de excelentes vistas sobre a zona mais antiga da cidade.
Mantendo a sua posição sobranceira ao Douro e à Cidade do Porto, a majestade da sua arquitectura e a beleza de todos os seus elementos iconográficos, o papel que desempenhou ao longo da história local e nacional, fizeram dele a pérola do Concelho, o Ex-libris de Vila Nova de Gaia, e Património da Humanidade.














 

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